Este blog é uma espécie de "diário de bordo", uma forma de registrar e compartilhar um pouco do trabalho que venho desenvolvendo na busca da minha palhaça.


Espero que os leitores curtam cada depoimento, pois é sempre um relato sincero do que acontece, do que penso e sinto durante todo esse processo de "encontro comigo mesma"!!!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Mais uma crítica!

 
Foto Guto Muniz


Queridos colegas, leitores e curiosos, a crítica que segue é para encantar a alma - pelo menos a minha!!!!

http://cenascurtas2011.wordpress.com/category/no-calor-da-cena/





26/06 – por Valmir Santos

Há algo de muito triste na alma de todo palhaço. A criação e atuação de Ana Fuchs é digna dessa filiação que, no caso do cinema, pode-se dizer felliniana de nos fazer rir com uma ponta de dor lá no fundo da alma. A radiografia da solidão humana apresentada em “Amostra grátis” é primorosa. A solidez em semear e colher o riso é dada aos olhos do público com muita perspicácia na íris, na postura física, na habilidade em delegar aos objetos e aos figurinos a mesma dignidade suposta na composição da figura cômica plena de humanidade desde a ponta de seu nariz vermelho.
Quando a cena começa, já somos íntimos da casa da palhaça devidamente paramentada. Escovamos os dentes com ela, passamos batom e somos surpreendidos pela campainha. Ao desembrulhar a sua encomenda, ela enreda o público por uma crônica amorosa. Somos cúmplices da sua relação com um manequim com quem monologa sua paixão e uns passos de dança embalada pela canção italiana.
O encantamento passional é tanto que ela quebra o boneco-fetiche, chora sua morte e desvencilha-se rapidamente do luto para uma nova aventura, fita métrica em punhos, para medir os homens que encontrar. Como o espectador que saúda na primeira fila, puxa para si e salta em seu colo.
Ana Fucks tem o público nas mãos e em nenhum momento se gaba disso em cena. Sabe que não está sozinha, carrega consigo a tradição milenar do circo, dos mestres palhaços dos antigos pavilhões e lonas que marcaram o interior e algumas capitais do Brasil no início do século passado. Daí o despojamento serelepe no modo de cativar com sua pesquisa patente em torno do gênero, sua assertividade para com os estados de humor da vida. Sua palhaça jamais excede, até nos momentos de exagero deliberado. Deixa-se guiar pela menor grandeza numa cena que é número circense e drama teatral. Equilibrá-los é a transcendência que nos envolve.


Críticas

Segue um link para acompanhar as críticas do Festival!
E na sequencia a parte que se refere ao AMOSTRA GRÁTIS!

Beijos
http://cenascurtas2011.wordpress.com/category/no-calor-da-cena/


25/06 – Por Soraya Belusi


"Ana Fuchs, de Porto Alegre, teve a missão de encerrar a noite de apresentações. E, enfim, chegou o clown a esta edição do Cenas Curtas (a linguagem está sempre presente no evento e proporciona, tradicionalmente, bons momentos). “Amostra Grátis” mostrou uma atriz da linguagem do clown que entende seu objeto de pesquisa com inteligência, domínio dos elementos do jogo do palhaço, da relação com a plateia, do tempo da “piada”, da utilização dos opostos emocionais. Para contar a história dessa solitária palhaça que busca o amor a qualquer custo, ela constrói uma dramaturgia bem redondinha, com a preparação para o encontro, a sedução do objeto de conquista, a alegria da ilusão do amor até chegar ao fracasso de se deparar com a realidade de que ele não existe.
A criadora, com todas as qualidades que demonstrou em cena, parecia confortável em suas escolhas, o que pode soar como algo seguro demais. Assim como no circo, fica a vontade de ver algo que lhe coloque num estado de alerta, na fronteira do perigo. Talvez, um elemento que podia ter feito parte de todos os trabalhos da noite: o pulo vertiginoso rumo ao abismo (claro, com a rede embaixo)!"

Mais um pouquinho

Quando cheguei em Minas fiquei surpresa ao saber que no debate além do mediador Valmir Santos, teríamos a presença de outros profissionais de teatro, de reconhecimento nacional, para colaborar nos debates, entre eles a gaúcha Adriane Mottola. Nos conhecíamos somente de vista aqui em POA e poder conversar mais de perto com ela foi outro grande momento do festival. Adorei!

Os convidados eram:
Adriane Mottola, da Cia Stravaganza, de Porto Alegre (RS), Hélio Fróes, da Cia Teatro Nu Escuro, de Goiânia (GO), Henrique Fontes, da Casa da Ribeira, de Natal (RN), Wlad Lima, da Rede Teatro da Floresta, de Belém (PA), e Wyller Villaça, da Cia Folgazões, de Vitória (ES).

No segundo semestre de 2011 acontecerá a realização da primeira edição do projeto Circuito da Cena, que levará para a cidade de Goiânia (GO), oficinas, debates e uma mostra das cenas mais votadas desta 12ª edição do Festival Cenas Curtas Cine Horto.

Então, estou voltando para Belo Horinzonte nesta quinta-feira e me preparando para Goiânia!
Beijossssssssss

Não caibo dentro de mim!

Ainda estou processando os acontecimentos.
Tem tantas emoções dentro de mim, amalgamadas, entrelaçadas, misturadas.
Me apresentei no sábado no festival e após circulei no bar , conversei com algumas pessoas e fui para casa, com o sentimento de trabalho feito.
No outro dia voltei para o debate sobre os trabalhos...
Aí foi uma avalanche de coisas, nem sei muito como comentar, mas foi nesse segundo dia que percebi a dimensão do que eu tinha feito na noite anterior.
No geral, as pessoas me paravam para dizer o quão emocionadas ficaram ao ver a cena. Eram tantos os carinhos e elogios que por vezes ficava constrangida...Ai meu deus!
 Era tudo o que eu sempre quiz com meu trabalho: tocar as pessoas, propor um momento de suspensão, como se eu e o público prendessemos a respiração por um minuto, como se só aquele momento existisse e que ao mesmo tempo esse momento pudesse refletir um pouco da história de cada um... Incrível!
Estou vivendo um sonho.
Em relação à crítica, me "caiu os butia do bolso"!
Valmir Santos, jornalista e pesquisador de teatro (colaborador da Revista Bravo!, do Jornal Valor Econômico e editor do site independente Teatrojornal) fez uma crítica linda, delicada e forte a respeito do trabalho. Assim que for postado colocarei o link aqui!
Quero encerrar com algo importante que Wlad Lima, da Rede Teatro da Floresta, de Belém (PA) me ensinou no debate: tem momentos em que gente tem que ser humilde e ao final simplesmente agradecer aos aplausos.
Então, me curvo diante te tudo o que aconteceu!
Obrigada!

domingo, 26 de junho de 2011

Foi!

Ontem fui a última a me apresentar no Festival Cenas Curtas do Galpão Cine-Horto...
Ai, ai...o que dizer...
Ainda estou processando os fatos!
Passei o dia com um frio no estomago, com arrepios de ansiedade, medo e curiosidade!
O que iria acontecer?
Os minutos eram horas.
Tentei relaxar... Só tentei!
Meu ensaio estava marcado para as 13:00 e lá estava eu - toda montada!
Precisava ensaiar com tudo para não me atrapalhar nos detalhes - o vestido era novo!
O ensaio começou pianinho, ninguém na platéia, Márcio e Jua na técnica e os técnicos do teatro entertidos com seus afazeres.
Conforme eu ia ensaiando, apareciam alguns olhinhos espiando, e aos pouquinhos foi se montando uma mini-platéia que aqueceu meu jogo de cena. Consegui ensaiar de maneira muito intensa!
Sentir, jogar e compartilhar!
Saí de alma lavada, mas preocupada! Quando ensaio dá certo a apresentação sempre corre um risco maior!
15:00 debate sobre os espetáculos do dia anterior. E eu ali...acompanhando...
Tic tac, tempo que não passa.
19:40 eu estava no teatro me segurando para não me maquiar e me vestir antes das 20:30 - não consegui!
sou extremamente ansiosa!
Fiquei ali arrumadinha caminhando de um lado para o outro ouvindo as cenas anteriores a minha e tentando entender a reação da platéia.
Nem tinha acabado a penúltima cena eu já estava nas coxias (já falei que sou um poucio ansiosa?), esperando minha vez!
A cena foi boa, mas não foi intensa como no ensaio a tarde! Na verdade faltou o meu sentir!
Quando entrei em cena estava calma, me diverti, mas tenho a sensação que tudo foi muito rápido, como alguém que tá com muita fome e devora uma prato de comida!
Fiquei com vontade de fazer mais uma vez, de buscar a intensidade que eu sei que posso chegar...
Quem sabe terei mais uma chance!
O comentário que mais ouvi depois (além dos parabéns!) foi algo do tipo - ai que coisa mais fofa que vontade de te levar pra casa...
Só faltou o cuticuti!!!!
Quase virei souvinier!
Acho que isso (pode) é bom!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Enfim em Minas

Bom, estou aqui, em terras mineiras...
Feliz, mas numa gripe do cão, estou quase o Shereck de tanto verde que sai de dentro de mim!!!!
Mas tudo bem, não tá morto que peleia!!!

Chegamos (eu, jua e Márcio) exaustos e fomos direto para o Galpão Cine Horto. O lugar é um mimo, uma preciosidade! A noite assistimos os 4 espetáculos daquele dia - noite...dia!!!!

O que mais ficou em minha mente é a frase "a arte do encontro"!!!!
Gente! É realmente a arte do encontro, todos reunidos (muita gente), comendo pipoca, amendoin, tomando cerveja, água, refrigerente - tudo isso antes, durante e depois dos espetáculos. Uma grande e deliciosa muvuca!
E se pensam que tudo vira gandaia...não! Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! É um misto de trabalho sério e diversão! Ou seria: diversão séria ou seriedade divertida?

Das cenas quero registrar SOBRE-VIVENTES, em uma palavra VICERAL!
Sem limites!
Algo entre o despojado, o sujo, o podre, o real e o irreal!
Energeticamente apoteótico, surpreendente! Sabe a tal puxada de tapete no público? Direto!!! Quando pensámos que era uma coisa, virava outra!
Uma mistura de Caio Fernando Abreu com "Eu sei que vou te amar" do Jabor (sabe?). É, talvez essa não seja a melhor referência, mas é o que me veio em mente!
Enfim, meu voto foi pra eles!!!!

Fiquei pensando que minha cena é pueril perto deles!!!!!
Vamos ver o que me aguarda no sábado!!!!

Hoje vou tentar comprar antibióticos - não vou ficar em Minas quatro dias sem conseguir aproveitar a cidade e as pessoas só por causa de um gripe!!!!
Beijos

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Último big ensaio

Ontem fiz meu último BIG ensaio!
Alongamento, aquecimento (sim um micro-energético) e passagem de cena!
12m e 36s
De cena!!!!!
Trabalhei uma hora e pouquinho, com muita dedicação e verdade!
Em alguns momentos alcancei o estado de jogo, encontrei coisas novas, senti prazer no trabalho.
Imaginava meus amigos queridos sorrindo na platéia e eu me orgulhando daquele momento! Ajudou!!!
Dançar enlouquecidamente me ajuda a aquecer e entrar no estado de jogo - lembrei do Ricardo (Puccetti) que me dizia que talvez a minha conexão com o estado do palhaço se desse atravéz de giros - é vero!
Agora começam os preparativos de ordem prática - como carregar o Ricardo (boneco), experimentar figurino, ensaiar com o iluminador e o novo sonoplasta, arrumar malas, beijar muito o filho por causa da saudade antecipada, tremer de medo escondida...

Estou ansiosa mas feliz!
Levando comigo as palavras da Lu e o desejo de compartilhar!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Conselhos

"Te centra na ação, a conexão é consequência e escuta."
"Entre para perder, não ganhar"


Conselhos da minha querida quase diretora, depois dos meus choramingos via facebook!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Devagar

Hoje comecei a trabalhar com o novo início da cena...
Sem ninguém...
Sozinha...
Tão difícil...
Repassei a cena da escova de dente, me desdobrando entre o som, escova e pasta...
3 minutos...
Ok - pode funcionar
Estou com medo!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Conversa vai...

Conversa vem e continuo matutando sobre o início da cena para o festival.
Vou trabalhar com base na idéia da Mônica - começar com a minha sequencia da escovação de dentes para que, no meio da execução eu seja interrompida pela campainha.
Estou fazendo figurino novo - DILÍCIA - com a ajuda da super amiga e figurinista CRIS LISSOTE!
TKS Cris!
Que já trouxe idéias lindas e delicadas! AMEI!
Enfim, agora vem o momento de intensificar MUITO, MUITO, MUITO o trabalho!
Beijos ansiosos

quarta-feira, 1 de junho de 2011

tentando lembrar

Uma vez postei algo SIMPLES para lembrar SEMPRE...
Não encontro...

Acho que era mais ou menos assim

sentir
jogar
compartilhar 



" Não peça ou diga ao público como se sentir ou pensar. 
Tenha uma expreiência emocional e convide o público a se juntar à sua reação."
Avner