Junto com a felicidade de ser selecionada para um festival, fora do estado, em um reconhecido espaço, de um reconhecido grupo nacional, vem a preocupação...
Terei somente 15 minutos para mostrar a cena que propus - um compacto de três momentos do espetáculo - a chegada do Ricardo, a dança e a morte.
Minha preocupação é com o tempo...
Meu trabalho atualmente tem 55 minutos e tenho uma média de 20 minutos em que estou sozinha em cena (sem o boneco) e faço meu contato com a platéia. Busco trazê-los para o meu mundo, apresentando minha palhaça, para só posteriormente, receber meu colega de cena e desenvolver o restante das gags.
Como já disse anteriormente o espetáculo ganha energia e dinâmica com a chegada do Ricardo, entretanto o primeiro momento é fundamental para estabelecer o "contrato" entre a palhaça e a platéia, na minha busca de permitição, de autorização, de confiança para o jogo, para o absurdo, para o ridículo.
Preocupo-me então com esse momento inicial de contato, de elo com o público.
Terei pouco tempo para estabelecer esse primeiro olhar e logo seguirei com as cenas com meu companheiro. Mas tenho consciência de que as cenas com o Ricardo ganham força porque num primeiro momento o pacto de brincar com a platéia foi estabelecido.
De agora em diante, vou me centrar neste momento inicial e, posteriormente, no desencadeamento das outras cenas propostas, para que fique preciso e eu não me preocupe com o tempo.
Acho que é isso!
Beijos
Ana (preocupada feliz) Fuchs
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