Este blog é uma espécie de "diário de bordo", uma forma de registrar e compartilhar um pouco do trabalho que venho desenvolvendo na busca da minha palhaça.


Espero que os leitores curtam cada depoimento, pois é sempre um relato sincero do que acontece, do que penso e sinto durante todo esse processo de "encontro comigo mesma"!!!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Entre a pomba e o urubu

Ontem mostrei o vídeo do meu trabalho com a Odelta para alguns alunos...
Alguns me confundiram com a Ode, jamais me imaginaram naquele outro estado! Jamias me imaginaram na figura do branco!
" Nunca pensei que fosse tu professora!"
" Muito diferente"
" Parece mais quieta!"

Ainda me surpreendo com a nova forma! Reconheço, mas ainda me surpreendo!
Sei que faz parte do conjunto da obra.
Sei que é mais uma face do meu palhaço.
Mas quero ver essas diferentes faces em unidade, em diálogo, ainda não vi na totalidade da ação, na cena, na energia.
Consigo ver, lembrar e sentir cada estado separado.
(Talvez a unidade já esteja presente, eu é que não não percebi!)

Quero ver o conjunto, a unidade em ação!
Talvez por isso ainda me surpreenda! Talvez porque ainda é tudo novo!
Perguntas e respostas, só o trabalho dirá!

Minha figura anterior (a do meu solo) carrega na cabeça uma pomba branca. A nova figura (do 123 e chá) tem consigo um urubu no ombro...
Expressivo não?
Quero ver a pomba e o urubu juntos!

Entrando na Floresta

Entrei na floresta, mergulhei fundo na escuridão, no desconhecido, procurando as flores mais raras.
Entrei, mergulhei e encontrei o que eu buscava!
Depois de muito olhar, reconheci...
As flores raras eram as mesmas que já estavam no meu jardim!

"As vezes é preciso ir à floresta para descobrir que as flores raras já estavam no seu jardim".
Essa frase foi dita pelo meu amigo palhaço Cícero Silva, o Titetê, quando contei sobre a minha grande experiência de ser uma palhaça branca! "Eu já sabia" completou ele! Obrigada querido!

Quando o trabalho com a Lily, me levou ao reconhecimento das minhas características do jogo do palhaço branco, parece que rapidamente eu revi toda minha caminhada e que as coisas então passaram a ter sentido e explicação! Tudo se encaixava!
Tão obvio, tão latente...
Mas nem sempre conseguimos ver o óbvio...as vezes precisamos ajuda!

Então além de uma agradecimento ao meu amigo Titetê que trouxe a imagem mais linda para esse momento, preciso agradecer a minha generosa amiga ODELTA, por me possibilitar o jogo, a contraposição, o sonho e o afeto. Parcerias não se escolhem, elas surgem como presentes! E a Ode é meu presente!
Tem também o mega obrigada a LILY, que cuidadosamente me deu a mão e me conduziu nessa caminhada. Graças a ti Lily dei meu passos nessa nova trajetória de maneira segura e feliz!
Reconhecer cada vez mais a minha palhaça e a mim é algo transformador - transmutador!



Fecho essa postagem com um conto do Eduardo Galiano, que diz mais ou menos assim:
Um pai levou o filho para conhecer o mar.
Diante daquela beleza e imensidão o filho diz
- Pai me ajuda a olhar!

Me sinto na frente do mar, rodeada de amigos, de mãos dadas, tentando olhar a imensidão! 





terça-feira, 3 de dezembro de 2013

INTEIREZA, IDENTIDADE...

Aceitação
Permissão
Revelação
Inteireza
Identidade
Plenitude
Luz
Sombra
Fragilidade
Força

O trabalho do palhaço nos coloca diante de tudo o que somos. Nos apresenta para 'nós mesmos", nos assusta ao mesmo tempo que nos acolhe.
Há tempos atrás provavelmente eu não aceitaria me ver como uma palhaça branca...Imagina!
Mas tenho registrado no corpo, nas sensações o sentimento de plenitude que foi poder me ver diante de todas as minhas facetas, até mesmo as mais obscuras e poder vivê-las na sua potência!
Então não foi uma questão de aceitação da figura do branco em mim, mas de acolhimento de quem sou!
Lembro da sensação de paz que me invadiu!
E tranquilamente abri os braços para meu novo papel!
O grande barato é que se na vida cotidiana, preciso acionar filtros ou transformar alguns comportamentos e energias que, com o trabalho do palhaço, posso vivê-los na sua plenitude e isso sim me dá condições de entender, transformação e elevar meus sentimentos.
O que eu sou, eu reconheço e  me permito viver e sentir fora ou dentro de cena!
Realmente é muito tênue a linha entre o eu e o palhaço.
Com certeza o palhaço é a potência maior de nós mesmos