Este blog é uma espécie de "diário de bordo", uma forma de registrar e compartilhar um pouco do trabalho que venho desenvolvendo na busca da minha palhaça.


Espero que os leitores curtam cada depoimento, pois é sempre um relato sincero do que acontece, do que penso e sinto durante todo esse processo de "encontro comigo mesma"!!!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Para simplificar e nunca esquecer

Sentir
Compartilhar
Jogar
Cuidar dos detalhes
Relaxar
Respirar

porque é preciso ser significativo para o público e para mim
porque quero, por um momento, suspender a respiração

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Palavra certa

Agora cedo fui reler meu relato (sempre deixo alguns erros ortográficos e gramaticais de doer) e aproveitei para pensar novamente sobre o estado que me encontrei no final da apresentação - exausta, moída, acabada, vazia!
E que ainda reverbera hoje na minha exaustão física!
SEM CONTROLE - foi a expressão que usei para definir a energia de cena.
Uma energia que necesita de um preparo físico e mental que vai além da preparação corporal com exercícios e que requer trabalho de jogo teatral constante (inclusive nas férias!!!).
Pensando, pensando, pensando, cheguei nas palavras ESPONTANEIDADE e IMPULSO!
A energia de cena é plena porque é espontânea, porque parte de um impulso interior que te move como um todo para responder ao jogo e por isso, aparentemente não controlamos. Melhor, não há um controle do pensamento sobre a dimensão dessa energia, dessa ação.
Não há um pensamento, como se fosse um olhar exterior que coordene, que controle o nível energético da ação. Corpo, mente e emoção estão envolvidos na cena. (acho que estou me repetindo!)
Por isso o desgaste!
Sim, sim salabim - eu sei que Stanislavski, Grotowski e todos os grandes teóricos e fazedores de teatro que já escreveram sobre o trabalho do ator falam muito bem sobre esse assunto: sobre uma segunda natureza que te permite agir (física e mentalmente) em cena, sobre um corpo extracotidiano que também te coloca energética e fisicamente de uma outra forma em cena...
E até mesmo Viola Spolin (muitas vezes ignorada) fala sobre a espontaneidade e a qualidade de colocar o indivíduo inteiro no momento da ação.
Eu não descobri o ovo nem a galinha, mas com certeza experimentei um boa gemada! (ui, trocadilho infame mas irresistível)
A questão deste momento é que fiquei impressionada com o desgaste energético e físico após a apresentação, justamente por não ter mantido o trabalho sistemático de ator durante as férias,  me contentado com alongamentos e caminhadas.
Tenho que reavaliar minhas futuras férias, ou meus novos retornos a cena sem o preparo adequado!!!   (eu sabia que o retorno à cena sem o devido preparo acarretaria um ônus)

Pensando bem, sempre saio após ensaios, oficinas e apresentações com aquela sensação de vazio, melhor, de esvaziamento! Provavelmente porque me entrego para o trabalho, porque caio de cabeça, sem medida.
A não ser que eu não acredite no que estou fazendo, daí até faço "de conta"!!!!!!
Pensando, pensando e pensando mais, o desgaste do ator é sempre grande, mesmo com um preparo e trabalho sistemático, entretanto, contudo, todavia no retorno das férias é impressionante!!!!!
Beijos

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Relato

Agora pretendo fazer um relato real do que aconteceu hoje, na apresentação pós férias e sem ensaios!
Eu e o super Pablo (meu produtor) chegamos bem cedo na escola onde seria a apresentação.
Escola essa que trabalho como profe de teatro e onde iniciei todo meu processo de construção do AMOSTRA GRÁTIS.
Então, me apresentei num local conhecido para conhecidos - meus colegas de trabalho - como parte da programação para os professores no retorno às aulas.
Após essas pequenas considerações, para colocar o leitor a par da situação, segue o relato e análise dos acontecimentos!
Montamos o espaço (cenário, luz - 5 spots -  som, etc) e quando eu vi já tínhamos pouco tempo!
Era necessário no mínimo repassar todo o material.
Repassei o material!
Rítmo lento.
Detalhes esquecidos.
Jogo...é algumas vezes consegui entrar no jogo indo além daquilo que eu podia reproduzir! Deu até para encontrar algumas "coisinhas" novas!
Terminada a passada já ouvíamos as pessoas na porta.
Deitei e comecei.
Ui - início difícil...algumas pessoas pareciam acanhadas, outras ressabiadas e, outras tantas, com aqueles olhinhos de "vai Ana"!!!! Me agarrei nessas!!!
Quem viu garante que se divertiu!
O Pablo e a Carmem (minha colega de trabalho e também profe de teatro) que já viram e reviram, disseram que foi um dos melhores experimentos junto ao público.
O que eu senti?
Pois é, senti que foi legal, acho que foi uma boa apresentação (tendo em vista a falta de ensaio), entretanto, todavia e contudo não tive aquele sentimento de INTEIREZA, pelo menos não o tempo todo! (eu sou exigente!)
Sabe aquele sentimento que já falei?
De estar tomada pelo jogo?
Pois é, não senti...Melhor, senti algumas vezes, oscilei entre uma entrega total e momentos de auto-crítica e, por vezes, ficava a espera do riso para validar minhas ações. Escrevendo agora, percebo que foi um "mix-remember" das situações vividas no ano passado, mas numa dimensão menor e com alguns instrumentos para buscar reverter os problemas!
Então em resumo: foi uma boa apresentação, apesar de não estar me sentindo plena, apesar da minha mente policiar algumas ações.

Antes de finalizar este relatu cru e cruel quero poder escrever sobre algo que me ocorreu depois da apresentação, quando comecei a refletir sobre tudo que lembro e que senti.
Durante as férias nunca deixei de me exercitar, fazendo alongamentos e caminhadas para manter a flexibilidade e resistência.
Achei que esse tipo de exercício seria suficiente para me manter em dia fisicamente para o trabalho.
A questão que se impõe é que o trabalho artístico requer uma resistência física que vai além das condições corporais. É preciso manter de fato um trabalho artístico que integra corpo e mente em situações de jogo cênico.
Porque?
O que me ocorre como resposta é o seguinte: quando se está em situação de representação a carga energética não é controlada como num exercício físico aeróbico, de alongamento ou outro. Eu sabia disso, mas não sabia da dimensão para o retorno a cena.
Vou tentar esclarecer melhor! Quando se está em estado de representação, existe uma energia totalmente disponível para aquela ação e que varia de intensidade conforme o jogo.
Não é uma energia que se possa diminuir, no momento da ação cênica, para descansar, porque se está inteiro naquela ação, de forma plena, integrada em todos os níveis - físico, mental, emocional e energético.
Ação e reação nos mais diversos níveis!
É uma energia que não se controla, mas que também, não é descontrolada, no sentido de não poder conter ou expandir quando se quer.
É uma energia que apesar de "descontrolada", é totalmente consciente, respondendo aos mais diferentes estímulos do jogo!
Talvez as palavras controlada e descontrolada não sejam as melhores para descrever a energia do jogo de cena, mas é o que consigo no momento!
Preciso pensar mais sobre isso...
No final  da apresentação saí exausta, vazia, dolorida, como se um caminhão tivesse passado sobre mim.
Foi muito além do desgaste físico!
Foi além da repetição com certeza!
E agora percebo que a apresentação de hoje foi plena, no que se refere ao meu estado de disponibilidade e entrega, mesmo que em alguns momentos minha mente quisesse sobrepor o jogo, mesmo que muitas das minhas ações tenham perdido o detalhe ou o frescor!
Acho que é isso!
Beijos

Em cena ou, botando a cara a tapa ou ainda, primeiro experimento de 2011

Depois de quase dois meses de férias absolutas voltei à cena.
Como assim voltar à cena depois das férias?
E os ensaios?
O trabalho corporal e energético?
A reelaboração do jogo clownesco?
Pois é, todas essas perguntas eu me fiz...
A resposta?
Bom, sou meio trangressora, irresponsável, sem noção e qualquer outro adjetivo que puderem ou que eu posso me dar!
A questão é que topei me apresentar apesar de não ter trabalhado nos últimos meses. Fui assim no seco!
Contando com a palhaça que há dentro de mim, ou melhor, com o trabalho que já deve existir em mim - com tudo aquilo que meu corpo e minha mente se apropriou ao longo do tempo.
Tá, tudo bem, minha consciência diz que fui irresponsável! MAS FUI!
Não sei dizer não para:
* um convite de estar com o público!
* a chance de compartilhar o que penso, o que gosto, o que amo!
* a chance de me sentir querida!

Enfim já me justifiquei - fui pra cena e pronto!
Foi bom!
Depois conto tudo em detalhes, porque agora me dói cada músculo do meu corpo... sim teve seu ônus!!!!
Beijos

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Passo a passo

"Um novo tempo apesar dos perigos, estamos na luta..."
Direção acordada! No sentido de acordo e "ligada"! Sim sim salabim, Lu Olendski, "meu sonho de consumo", topou a parada e iniciaremos os trabalhos em março!
Produção do super, mega, mara, amigo de fé, irmão camarada Pablo Damiam, que já está fazendo os contatos imediatos para cenários, figurinos, editais, etc!
Profissionais para cenário, figurinos, luz e tudo mais MARA, melhor MARAS!
Caminhado para construir um espetáculo na sua totalidade!!!!
Beijos