Este blog é uma espécie de "diário de bordo", uma forma de registrar e compartilhar um pouco do trabalho que venho desenvolvendo na busca da minha palhaça.


Espero que os leitores curtam cada depoimento, pois é sempre um relato sincero do que acontece, do que penso e sinto durante todo esse processo de "encontro comigo mesma"!!!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Palavra certa

Agora cedo fui reler meu relato (sempre deixo alguns erros ortográficos e gramaticais de doer) e aproveitei para pensar novamente sobre o estado que me encontrei no final da apresentação - exausta, moída, acabada, vazia!
E que ainda reverbera hoje na minha exaustão física!
SEM CONTROLE - foi a expressão que usei para definir a energia de cena.
Uma energia que necesita de um preparo físico e mental que vai além da preparação corporal com exercícios e que requer trabalho de jogo teatral constante (inclusive nas férias!!!).
Pensando, pensando, pensando, cheguei nas palavras ESPONTANEIDADE e IMPULSO!
A energia de cena é plena porque é espontânea, porque parte de um impulso interior que te move como um todo para responder ao jogo e por isso, aparentemente não controlamos. Melhor, não há um controle do pensamento sobre a dimensão dessa energia, dessa ação.
Não há um pensamento, como se fosse um olhar exterior que coordene, que controle o nível energético da ação. Corpo, mente e emoção estão envolvidos na cena. (acho que estou me repetindo!)
Por isso o desgaste!
Sim, sim salabim - eu sei que Stanislavski, Grotowski e todos os grandes teóricos e fazedores de teatro que já escreveram sobre o trabalho do ator falam muito bem sobre esse assunto: sobre uma segunda natureza que te permite agir (física e mentalmente) em cena, sobre um corpo extracotidiano que também te coloca energética e fisicamente de uma outra forma em cena...
E até mesmo Viola Spolin (muitas vezes ignorada) fala sobre a espontaneidade e a qualidade de colocar o indivíduo inteiro no momento da ação.
Eu não descobri o ovo nem a galinha, mas com certeza experimentei um boa gemada! (ui, trocadilho infame mas irresistível)
A questão deste momento é que fiquei impressionada com o desgaste energético e físico após a apresentação, justamente por não ter mantido o trabalho sistemático de ator durante as férias,  me contentado com alongamentos e caminhadas.
Tenho que reavaliar minhas futuras férias, ou meus novos retornos a cena sem o preparo adequado!!!   (eu sabia que o retorno à cena sem o devido preparo acarretaria um ônus)

Pensando bem, sempre saio após ensaios, oficinas e apresentações com aquela sensação de vazio, melhor, de esvaziamento! Provavelmente porque me entrego para o trabalho, porque caio de cabeça, sem medida.
A não ser que eu não acredite no que estou fazendo, daí até faço "de conta"!!!!!!
Pensando, pensando e pensando mais, o desgaste do ator é sempre grande, mesmo com um preparo e trabalho sistemático, entretanto, contudo, todavia no retorno das férias é impressionante!!!!!
Beijos

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