Este blog é uma espécie de "diário de bordo", uma forma de registrar e compartilhar um pouco do trabalho que venho desenvolvendo na busca da minha palhaça.


Espero que os leitores curtam cada depoimento, pois é sempre um relato sincero do que acontece, do que penso e sinto durante todo esse processo de "encontro comigo mesma"!!!

domingo, 7 de julho de 2013

A (há) lógica no palhaço

O trabalho de construção do meu espetáculo solo de palhaça, juntamente com as oficinas de palhaçaria no ensino médio na escola, me levam a uma série de reflexões e questionamentos. Dentre as muitas questões que surgem e as buscas por entendimento do meu processo, tem um caminho que me instiga muito: 
a lógica das ações cotidianas, a lógica das ações do ator e a lógica das ações do palhaço.

Então aí segue um esboço do que ando pensando a respeito!
Meus primeiros riscos em busca de um quadro explicativo para a constituição das ações do palhaço.

O pensamento formal é aquele que possibilita a compreensão de um objeto de conhecimento  (que pode ser uma ação, situação, objeto ou o próprio sujeito) a partir da análise de um quadro de múltiplas facetas, de muitas possibilidades.
Quando se trabalha com a arte do palhaço, as práticas que buscam a constituição desta figura e seu conjunto de ações físicas, visam primeiramente, colocar o sujeito diante de sua lógica de ações (como age e reage) em patamares de ação simbólicas ou pré-operatórias, em que ação não prevê ou considera a multiplicidade de possibilidades para determinada situação. O que acarreta reações equivocadas, distorcidas, as avessas, ingênuas, etc.. O ator,  com o pensamento formal constituído, abre espaço, a partir do trabalho com a arte do palhaço, para reconhecer e desenvolver suas ações físicas a partir de patamares de estruturação cognitivas que são anteriores ao pensamento formal e portanto, que não consideram o todo.
Cabe salientar que o ator/ palhaço não exclui o pensamento formal, que depois de constituído esta presente no pensamento-ação do ator, entretanto no processo do palhaço ele é colocado diante de desafios que buscam conectar com reações imediatas que não passam pela análise do pensamento formal, buscando conectar com aquelas estruturas primeiras para formar a lógica visível de ações e reações do palhaço. Essa lógica visível passa então a se conectar com o pensamento formal do ator, que analisa e faz escolhas para suas composições de cena. Uma estrutura cognitiva que agrega e entrelaça as descobertas.
Não se trata de um resgate de ações no nível pré-operatório ou simbólico, porque o pensamento formal já está constituído e atua sobre a ação. Trata-se da reconstrução da ação física (corpo e mente) do ator em outro patamar, em que o pensamento formal passa a ter a função de reconhecer as estruturas mais simples de ação e reação (e que diferem em cada sujeito) e busca tematizá-las num outro plano da constituição da lógica do palhaço e da construção da gag cômica.

Então o pensamento formal do palhaço, ou a lógica do palhaço englobaria a lógica de ação e reação visível e invisível, ou seja, o que se revela fisicamente e que aparentemente está baseado em estruturas operatórias e simbólicas e como o ator constrói, compreende, faz suas escolhas a partir do entendimento da totalidade de sua ação das estruturas do pensamento formal. essa é minha hipótese inicial. Mas há outro questionamento que surge a partir disso, primeiramente acreditava que a lógica do palhaço era maior que a lógica do ator, como três círculos, um dentro do outro. Mas revendo o processo talvez se trate de três circulos unidos como elos, com intersecções mas espaços independentes. ui...isso tudo faz sentido?
Não sei.... é o caminho do meu pensamento!
Agora tenho que ir atrás de mais material teórico sobre o processo de construção da figura do palhaço.

Acho que tudo isso se conecta a conversa que tive com o palhaço Rodrigo Robleño sobre o jogo do ator durante o processo de construção cênica e o jogo do palhaço na cena.

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