Este blog é uma espécie de "diário de bordo", uma forma de registrar e compartilhar um pouco do trabalho que venho desenvolvendo na busca da minha palhaça.


Espero que os leitores curtam cada depoimento, pois é sempre um relato sincero do que acontece, do que penso e sinto durante todo esse processo de "encontro comigo mesma"!!!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Tentando descrever...

Não sei se será possível descrever a experiência de MANAUS do 12º Festival Braves Cenas de Teatro.
Meu material cênico chegou quebrado e parte foi perdido, o pedestal que apoia o boneco em pé foi quebrado na altura da base e esta se perdeu por aí! Uma base de 40x40 de aproximadamente 10kg foi perdida!!!!
Procurei um marceneiro que me prometeu (e cobrou) um material similar e de qualidade, mas que por fim me entregou uma base feita com restos de madeira e que não pesa 1 Kg! Sei disso pela pesagem final no aeroporto!
Passados os sufocos e secadas as lágrimas (dramático isso!), só me restava uma coisa - TRABALHAR MUITO!
A nova base, até mantinha o boneco em pé mas, por ser leve, não permitia a movimentação pois acabava cambaleando conforme minha ação sobre o boneco. Só me restava mesmo, baixar a cabeça e ensaiar com esse novo objeto, que requeria a busca de uma adaptação das minhas movimentações.
Disciplinadamente, ensaiei as possibilidades de movimento, em um canto do próprio quarto de hotel. No dia da apresentação passei a tarde toda retomando a cena. O foco era experimentar todas as ações e estar segura para o momento da apresentação.
O truque foi basicamente esse: eu mantinha um pé "cravado" na base, enquanto o resto do corpo executava as ações da cena!
Como eu era a última cena da noite, passei uma hora esperando, caminhando ansiosamente pelas coxias.
Rezei para conseguir retomar a cena mantendo o mínimo de qualidade e para conseguir de fato compartilhar com todos esse trabalho tão precioso para mim.
Entrei nervosa, um tanto insegura, mas feliz porque eu sabia que a oportunidade de apresentar no centenário Teatro Amazonas, para uma média de 700 pessoas era ÚNICA!
Entrei para ser feliz, fazer feliz!
Quando tocou o VOLARE, a platéia aplaudiu em cena aberta! Lembro nitidamente de olhar para o Ricardo (boneco) e pensar - superamos!
Resbalei no creme dental, caí no chão de quatro (descobri outras possibilidades para a cena), explorei a escada, me atirei (literalmente) no colo do público!
Superei os problemas, atingi o estado de jogo da minha palhaça e conectei com o público.
SENTIR, JOGAR e COMPARTILHAR!
INTEIREZA!

No final ao agradecer os aplausos, junto com os demais grupos, pude ver os olhares carinhosos de grandes amigos na platéia - Abraços generosos para o povo das Rosas no Jardim de Zula, Quintal, Acontecia em 1950, Selma Bustamante, Adelvane Néia e Expedito Araújo.
Foi muito bom ter compartilhado esse momento com vocês!

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