Este blog é uma espécie de "diário de bordo", uma forma de registrar e compartilhar um pouco do trabalho que venho desenvolvendo na busca da minha palhaça.


Espero que os leitores curtam cada depoimento, pois é sempre um relato sincero do que acontece, do que penso e sinto durante todo esse processo de "encontro comigo mesma"!!!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Eu tenho tanto pra te falar...

Na verdade eu tanto para ouvir e como é bom ouvir!
Principalmente quando se trata de coisas que vão contribuir cada vez mais com o nosso trabalho, quando se trata de palavras curiosas, cuidadosas e carinhosas!
Participei do meu primeiro festival com o espetáculo na íntegra - PALHAÇADA em Goiânia.
Lá conheci algumas pessoas que me deram retornos muito significativos a respeito do espetáculo, tanto do que se trata da dramaturgia quanto da construção da minha palhaça.
Antes de relatar as dicas desses novos amigos (porque para mi agora são de fato AMIGOS) vou relatar da minha sensação:
1. Lembro claramente quando eu levantei de trás da poltrona na primeira cena - que distância, quanta luz na platéia... Tsss - o que isso significa? Parte de mim estava em cena, em estado de jogo e outra parte de mim conseguiu perceber a luz, a distância da plateia. Talvez isso não seja ruim, nem bom. Mas esse pequeno pensamento fez um pequeno desligue em mim. Sabe ligar e desligar a luz? Senti assim.
2. O público estava bem receptivo, e ao fundo estavam alguns palhaços e outros profissionais da área. Óbvio que muitas vezes meu foco foi para lá, e na real em nenhum momento eu consegui decifrar o que se "passava naquelas cabeças"! Era um misto de ansiedade e curiosidade!!!!
3. Em muitos momentos pensei porque: a luz não tá mais fechada? Senti a necessidade de algo mais intimista.
4. Senti falta em mim daquela sensação de INTEIREZA que eu falo seguida nas postagens do blog. Essa sensação oscilava no decorrer do espetáculo, a sensação do fruir, de sentir, compartilhar e jogar intensamente. inteira sim eu estava, mas talvez não INTENSA! Ahhh é isso! Senti falta dessa sensação que me toma e me deixa plugada!
5. Reconheço que estava inteira e que o trabalho fluiu, mas não fruiu totalmente -  eu quero mais que fazer certo! Eu quero a sensação do momento do encontro espetacular. Eu quero aquele sábado de Porto Alegre em que nadei no champagne...
6. Em determinada parte do espetáculo tive uma sensação de distanciamento, não sei bem se é essa a palavra... a imagem é clara na minha mente! Eu tava no meio da plateia e algo me disse - não é isso...
e não foi culpa do champagne (que eu bebi bastante!). Essa sensação era recorrente todas as vezes que eu saia do palco e voltava pra plateia. Saia do porto seguro das ações pré-estabelecidas da cena para o mundo do risco do jogo da improvisação, do inesperado.
Enfim, essa é a percepção do que incomoda, daquilo que me desacomoda e me faz pensar - MAIS, daquilo que me desacomoda e me faz buscar caminhos para qualificar meu trabalho.
Mas isso foram as questões que se tornam pulgas, motores, alavancas de transformação. Tem as questões de pura inclusão - como o chiclé que pela primeira vez eu peguei no ar e comi! Pode funcionar em outras vezes! Aliás o chiclé rendeu, porque nasceu a ponte com a camisinha. Uma ponte que já existia, mas de maneira pequena e frágil e que ficou muito clara a partir do jogo estabelecido nesta apresentação. A coleção de camisinha virou uma coleção de chiclés - de vários sabores!
Tá, não tem muita inclusão direta!!! Mas as questões pulgas quando encontrarem caminhos com certeza serão elementos de inclusão!!!
Acabo de me dar conta de que a postagem era para contar o que ouvi e acabei fazendo uma enchurrada, um momento terapia total.... :OP
Entretanto, todavia, contudo o título já é um prenúncio de que eu iria mais falar do que ouvir!!!!!

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