Este blog é uma espécie de "diário de bordo", uma forma de registrar e compartilhar um pouco do trabalho que venho desenvolvendo na busca da minha palhaça.


Espero que os leitores curtam cada depoimento, pois é sempre um relato sincero do que acontece, do que penso e sinto durante todo esse processo de "encontro comigo mesma"!!!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Mais um dia de trabalho

Solita total na sala preta.
Sou feliz assim, mas sinto falta de gente - muita gente!
A falta de público transforma minhas ações em meros comportamentos mecânicos - não há retorno algum.
Não há respostas. Só perguntas!
A cabeça domina a ação mais que o corpo. Algumas vezes consigo me deixar envolver pelo jogo e novas possibilidades de ação surgem. Mente e corpo conectados.
Mas na maioria dos momentos tudo é muito seco e mecânico, sem vida.
Sinto falta da energia que o contato com a platéia dá.
Esta sendo assim durante toda essa semana.
Será que um dia conseguirei o estado de jogo, sozinha? Alcançar essa energia sem ninguém para interagir? Somente a partir do imaginário, músicas e objetos...

Espero que sim! Porque acredito que a chave da criatividade está no estado de jogo, nessa interação entre corpo e mente que agem juntos - brincando, descobrindo, revelando-se!

Bom, comecei hoje o trabalho reestruturando aquele roteiro inicial e anotando todas as micro-ações que eu lembrava ter construído durante todo minha busca por autonomia criativa.
Iniciei partindo do geral para o detalhe:
Cena Acordar
* posições na cama
* coçar a bunda
* mosquito
* sonho erótico
* acordar.

Fiz isso com todas as cenas até mesmo aquelas que nunca tinha experimentado.
Fui para a sala para desenvolver a cena do Strep-tease (é assim que se escreve?), retomadas de ações programadas, milhares de trocas de música...
Ainda não encontrei a música ideal!
Apareceram coisas novas que curti como, o ciúmes do olhar do boneco para a platéia (surgiu enquanto eu fazia o clássico de lamber a orelha dele) e a imitação de animais durante a sedução.
Consegui incluir coisas já construídas em outros tempos, nas oficinas ou outras improvisações - chupar o nariz do boneco, perder o casaco durante a dança e encolher e soltar a barriga.
Agora é ver como fica tudo isso frente ao público.
Amanhã já vou experimentar com meus alunos, queridas cobais de um processo querido!
Segue o barco!!!!
Beijos na orelha!!!!

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