Este blog é uma espécie de "diário de bordo", uma forma de registrar e compartilhar um pouco do trabalho que venho desenvolvendo na busca da minha palhaça.


Espero que os leitores curtam cada depoimento, pois é sempre um relato sincero do que acontece, do que penso e sinto durante todo esse processo de "encontro comigo mesma"!!!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Estado de jogo

Continuo estudando, lendo e relendo muitas coisas sobre o clown.
Encontrei algumas definições para estado de jogo que quero deixar registrado aqui e compartilhar...com aqueles que me lêem!

"O estado de clown seria o despir-se de seus próprios estereótipos na maneira como o ator age e reage às coisas que acontecem a ele, buscando uma vulnerabilidade que revela a pessoa do ator livre de suas armaduras. É a redescoberta do prazer de fazer as coisas, do prazer de brincar, do prazer de se permitir, do prazer de simplesmente ser. É um estado de afetividade, no sentido de "ser afetado", tocado, vulnerável ao momento e às diferentes situações. É se permitir, enquanto ator e clown, surpreender-se a si próprio, não ter nada premeditado, mesmo se estiver trabalhando com uma partitura já codificada. Por isso é que, quando o clown está atuando e passa um avião, por exemplo, ele não consegue ficar alheio ao avião, ele tem que ter a capacidade de trazer o avião para dentro da sala onde está representando. O estado de clown é levar ao extremo a importância da relação, a relação consigo mesmo, o saber ouvir-se, e a relação com o "fora", o elemento externo, o parceiro, os objetos de cena, as pessoas do público"
(PUCCETTI, Ricardo. Riso em 3 tempos. Revista do LUME)

"O clown exemplifica a existência desses estados no trabalho do ator. Isso pode ser exemplificado de duas formas. Na primeira poderíamos compreender que esses estados se caracterizam por microações que, embora não sendo perceptíveis ao observador, existem no corpo do ator, ocasionando um fluxo de energia que altera a presença cotidiana e resulta numa alteração da percepção que o observador tem do ator. Uma segunda explicação poderia ser entendida como resultado da ação, nesse caso um conjunto de ações físicas provocaria como resultado o acionamento de determinadas energias cospóreo-vocais, que configurariam, então, a percepção de um estado alterado no corppo do ator."
(ICLE, Gilberto. Ator como Xamã. São Paulo: Perspectiva, 2006)

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